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98 Anos de História – “Comprar a qualquer preço”

Reza a lenda que, nos idos anos sessenta, mal despontava a Primavera, Manuel Augusto Martins da Costa, exímio enólogo das Caves São João, rumava com a sua mulher ao Dão onde, durante dias a fio, percorria as melhores Adegas em busca dos melhores vinhos que iriam compor os lotes dos já muito afamados “Porta dos Cavaleiros”. À data, existia uma hierarquia muito bem definida  sobre aquisições de vinho no Dão pelas grandes casas da Bairrada. No topo da pirâmide, estava a mais prestigiada casa desta região que definia não só as tendências, mas igualmente os preços. A liderar este processo estava, como referido atrás, aquele que era considerado o mais reputado enólogo da Bairrada, homem de precisões técnicas e assertividade nas escolhas.

Do seu caderno de apontamentos, constam anotações meticulosas e descrições datadas sobre os produtores que, no Dão, produziam a excelência dos vinhos que as Caves São João tinham o privilégio de escolher em primeira linha, cabendo a outras casas concorrentes fazerem a escolha já numa segunda linha. “Comprar a qualquer preço” era a anotação mais importante que Martins da Costa colocava nos seus apontamentos e estava reservada para os vinhos que pelas suas características o impressionavam e sobre os quais dava as indicações aos irmãos Alberto e Luiz Costa para adquirir,  custasse o que custasse.

 

O VINHO

Será de um “Comprado a Qualquer Preço” que nos debruçaremos hoje. O “98 Anos de História”, vinho que as Caves São João apresentaram no passado dia 6 e que reflecte de forma brilhante a história e o percurso desta casa de São João da Azenha pelas terras do granito.

Criado a partir de uma intervenção minimalista, privilegiou a excelência das uvas que lhe deram origem. Resulta de um blend com selo do Dão, onde a Encruzado (80%) se casa com a Cerceal-Branco (10%) e a delicada Malvasia-Fina (10%), criando um branco que honra o classicismo das Caves São João e revela toda a identidade do Dão. Aromaticamente, deslumbra pela complexidade, não sendo um vinho directo, antes mostrando que está destinado a consumidores exigentes e que gostam de ser desafiados. Sílex, pederneira, fósforo, especiarias, vegetal seco e um delicado floral são as principais notas que lhe encontramos, estando a sua passagem pela madeira quase imperceptível, o que revela que foi manufacturado por artífices de grande gabarito. Na boca, conjuga a frescura com o volume gustativo, sem perder a enorme elegância e delicadeza com que foi criado. Tem um enorme potencial gastronómico e está destinado a envelhecer com distinção durante um par de décadas.

Estará à venda a partir de dia 10 de Dezembro, com um PVP de 30,00 €.

A Lei do Vinho

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