Lançado no passado mês de Fevereiro, o QUINTA DE VENTOZELO TINTO CÃO 2018, um DOC Douro, amplia a coleção dos monocastas da empresa, tendo sido o primeiro dos seus vinhos lançados em 2021.

O vinho ora lançado é a expressão de um ano atípico, quando comparado com, pelo menos, os 5 anos anteriores. Inverno frio e seco, uma Primavera e início de Verão frios e chuvosos, a que se seguiu uma segunda fase do Verão bastante quente e seco. As condições climatéricas provocaram um atraso de cerca de 10 dias na vindima, realizada já em meados de Setembro. A regularidade de Agosto e Setembro, com tempo ameno e sem oscilações de monta, proporcionou maturações equilibradas e, já na vindima, mostos de óptima qualidade, com bons níveis de açúcares, acidez e compostos fenólicos.

No universo da Quinta de Ventozelo, a Tinto Cão representa 5% dos 200 hectares de vinha possuídos. Sendo uma casta de alta resistência às altas temperaturas, às doenças e podridão, não obstante a sua baixa produtividade, é uma opção de racionalidade, lógica e, sobretudo, de busca de qualidade, justificando a criação deste vinho, fruto da diversidade do terroir da Quinta duriense.

Com uma cor púrpura brilhante, exprime-se no nariz com subtis aromas florais, intensidade de fruta madura, amora e compota de ameixa. O estágio de 12 meses em barrica usada tornou-o possante, harmonioso, amaciando-lhe o tanino, que se torna sedoso na prova de boca. Presença da madeira ainda bem evidente, a necessitar de tempo de garrafa para atingir a plena harmonia, álcool bem presente (14,0%) que nos dá uma sensação confortável de calor. Termina longo e distinto. Na maioria das vezes usada em lote com outras castas durienses, a expressão estreme vai muito além de o tornar um vinho curioso. É um belo exemplo de como, bem trabalhada, a Tinto Cão cria vinhos bem prazerosos.

Com enologia de José Manuel Sousa Soares, pode ser encontrado nas garrafeiras  a um P.V.P. de 13,50 €.