Frescura no Alentejo

Confesso que, nos últimos tempos, as minhas provas têm andado um pouco afastadas do Alentejo, provavelmente porque tenho procurado vinhos menos extraídos e mais frescos.
No entanto, os preconceitos são para ser desfeitos e, hoje, acidentalmente cruzei-me com este HERDADE DO ROCIM CLAY AGED 2017, um tinto que nasce ali na sub-região da Vidigueira, num Alentejo mais temperado e mediterrânico, perfeito para a criação de vinhos a sério.

Criado a partir das castas Alicante Bouschet, Petit Verdot, Trincadeira, este vinho segue uma tradição com dois mil anos de história no Alentejo. Não prescindindo da vindima manual para caixas de 12 quilos, a uva é conduzida para um lagar de pedra onde é pisada a pé com engaço e, depois, estagia em talha de barro por um período aproximado de 16 meses, a que se segue o estágio em garrafa por um período de 8 meses.

Com enologia da Catarina Vieira e Pedro Ribeiro, este tinto é um absoluto e profundo prazer de beber, com uma acidez e frescura perfeitas, contido no nariz, com algumas notas balsâmicas, estando a fruta bem evidente. Na boca é polido mas sem perder o nervo e a vibração. É uma abordagem moderna de um método absolutamente clássico é quase que apostava que ainda vai ganhar atributos com um par de anos de guarda.