Tipo: Branco
Produtor: PositiveWines
Região: Bairrada DOC
Castas: Bical e Arinto
Enologia: Nuno Bastos
Teor alcoólico: 13,5%
Acidez total: 5,9 g/l
Na prova de vinhos brancos da Bairrada é incontornável regressar muitas vezes à proximidade com o Atlântico, este um factor fundamental na definição das características de muitos vinhos desta região afamada.
Frescura e salinidade são duas componentes que, quando bem interpretadas pela viticultura e enologia, podem criar a excepção e, tantas vezes, brilhantismo. Conhecendo as referências de outras andanças – pertenciam às Vinhas Vale Dom Pedro, com 9 hectares plantados na Poutena – estava agora muito curioso para ver a abordagem que lhe seria dada pela ousada PositiveWines, empresa que já muito surpreendeu na vertente dos espumantes.
A surpresa não podia ser maior, sobretudo por estamos perante um vinho que nos desconcerta um pouco na prova pelo que nos mostra. De cor amarelo dourado, a adivinhar uma maceração pelicular média, é no nariz que nos começa a desafiar pela frescura, componente citrina, um curioso fruto seco, salinidade óbvia a não esconder que, da vinha ao Atlântico, são apenas dois passos.
Na boca é profundo, seco, com uma acidez vibrante mas sem excessos, crocante, com o álcool a equilibrar-se muito bem com a frescura, o que o torna um vinho apelativo e nada aborrecido. Pelo contrário, é do início ao fim um vinho que nos desafia os sentidos e nos exige argúcia e atenção para nele encontramos sempre algo mais. O estágio em barrica durante 6 meses dá-lhe uma maquilhagem ténue, quase imperceptível e confere-lhe uma subtil untuosidade.
É um vinho que, por tanto nos desafiar, nos obriga a voltar mais vezes a ele, tornando-o, também por isso, aliciante. Belo trabalho.
