A Arinto, para além de se afirmar como a grande casta branca portuguesa, seria daquelas que nenhuma fronteira deteria não conquista do Mundo. Se a história nos diz que nasceu em Bucelas, certo é que desde cedo subiu por esse Portugal acima, fixando-se na Bairrada e viajando até ao Minho onde hoje vinca uma posição muito distinta na região dos vinhos verdes. Durante muitos anos, e essa era a posição manifestada por Vila Maior, secundado pelo seu colega francês Pulliat, até se afirmava que a Arinto era a Riesling alemã, atendendo às semelhanças entre ambas.. O certo é que a sua influência no encepamento português nunca parou de crescer e, hoje estima-se, que ultrapasse os 6000 hectares em todo o território de Norte a Sul.
Para o produtor Albino Gonçalves Sales, a escolha da Arinto para a Sub Região do Paiva, dos Vinhos Verdes, também pareceu natural. Uma boa uva, com uma acidez natural tão convidativa, e uma enologia de precisão só podiam criar um belo vinho. Com uma fermentação em inox com temperatura controlada, a suculência foi-lhe trazida pelo estágio de 3 meses com as borras finas com “bâtonnage”.
Com uma cor amarela a ganhar tonalidades douradas, o INSPIRˋ GRANDE ESCOLHA ARINTO 2019 exibe com vaidade um nariz bem atraente, onde divagam as notas florais, a tangerina, flor de laranjeira, sílex, toda a percepção de mineral e a curiosidade de surgir o fruto seco, não muito usual num vinho tão jovem. A prova de boca engrandece-o com uma cremosidade evidente, perfil seco, ligeiramente vegetal, a acidez bem marcada, o que faz adivinhar uma nobre evolução e uma longevidade auspiciosa.
Com um teor alcoólico de 13,0 % e preço absolutamente convidativo – 7,00 € – torna-se um daqueles vinhos que espelham que é possível consumir qualidade sem pagar valores astronómicos.
