Tendo a região vitivinícola da Bairrada sido demarcada em Dezembro de 1979, cedo se percebeu que a preocupação dos agentes económicos passava pela adequação das potencialidades regionais associadas à produção de produtos vitivinícolas de qualidade certificados, de
modo à sua maior valorização no mercado.
Em 1999 foi instituída a nova Organização Comum do Mercado
Vitivinícola, que estabelecia, entre outros pontos, que os Estados membros da União Europeia deviam proceder à classificação das castas aptas à produção de vinho, devendo igualmente indicar as castas destinadas à produção de cada um dos vinhos de qualidade produzidos em região determinada. Essas medidas mostraram que se tornava necessário proceder a algumas alterações quanto  aos encepamentos permitidos para esta denominação de origem controlada. E aí, abriu-se a porta a que, na Bairrada, pudesse haver uma maior variedade e qualidade dos vinhos produzidos na Região e reconhecidos pelo mercado.
Correspondendo essa visão às expectativas dos agentes económicos da altura, abriu-se a porta à possibilidade de certificar vinhos com DOC Bairrada com uma panóplia de 26 castas autorizadas.

Perante esta abertura, houve igualmente o bom senso de criar menções
mais específicas e que, de certo modo, preservassem a tradição, cultura e
história da Região. Neste sentido, e porque existiam condições particulares para que alguns vinhos produzidos na Região que importava ver clarificadas, até junto dos próprios consumidores, promoveu-se a criação de uma menção para os vinhos Bairrada que respeitassem determinados condicionalismos, desde a viticultura até à vinificação, adoptando-se para tal efeito a menção “Clássico”, que pode ser atribuída pela Comissão Vitivinícola Regional, em associação com a DOC Bairrada, desde que os vinhos a certificar satisfizessem as disposições definidas no Estatuto da Região Vitivinícola da Bairrada.

Foi na busca deste classicismo de outrora que as Caves Messias lançaram o MESSIAS CLÁSSICO GARRAFEIRA 2015, vinho de múltiplos predicados e que honra um conceito de Bairrada imaculada, antes de se ver a mãos com uma variedade de encepamentos que, para muitos, desvirtua aquela que deve ser a identidade da região. Podemos até chamar-lhe um novo moderno, pela cor rubi algo translúcida e pelo baixo teor alcoólico (12,5% vol.). Contudo, dizem-nos os antigos que, os vinhos da Bairrada de antigamente eram assim, leves, pouco alcoólicos e plenos de frescura Atlântica. Questões de tendências à parte, há apenas uma enorme certeza. Estamos perante um grande vinho, fino, elegante, com apontamentos aromáticos de mirtilo, ameixa confitada, presença balsâmica, pinheiro e folha de eucalipto, com um final de cacau. Na boca desmistifica tabus. Com um tanino firme mas bastante domesticado, revela um ataque suave mas cheio de frescura e vivacidade, com a Baga em todo o seu (bom) esplendor. É um daqueles Bairrada que nos dá gosto exibir pela energia vibrante, pela forma como foi interpretado na vinha e na adega, transformando-o num caso exemplar e uma vida longa pela frente.

Tem um PVP de, aproximadamente, 25,00 €.